"Quanto mais sei, maior é a minha ignorância" foi uma frase que fixei na década de setenta do século passado (estranho) e me acompanha desde essa altura. Foi-me transmitida por um Professor (assim mesmo, com letra grande) do ISCAL chamado Dragomir Knapic, refugiado da (nessa altura) Jugoslávia e que leccionava Geografia Geral e Económica. Lembro-me dela amiúde e procuro que me desafie sempre. Correndo o risco de ser o "chato de serviço" ilustrei-a para os meus filhos em tempos idos e, mais recentemente, para o meu neto grande. Espero conseguir ainda transmiti-la aos outros três.
Casa situada na cidade das Caldas da Rainha, "nascida" em 1976, numa rua sossegada, estreita e, desde Abril de 2009, com sentido único. Produção: dois frutos de alta qualidade que já vão garantindo o futuro da espécie com quatro novos, deliciosos. O blog é, tem sido ou pretendido ser uma catarse, o diário de adolescente que nunca escrevi, um repositório de estórias, uma visão do quotidiano, uma gaveta da memória.
quinta-feira, 27 de dezembro de 2018
Livros (lidos ou em vias disso)
segunda-feira, 17 de dezembro de 2018
quarta-feira, 12 de dezembro de 2018
Palavras bonitas
Vou entrançando
o traçado
do meu trajecto na escrita
Consulto os mapas da alma
o júbilo, a assombração
do coração a desdita
os atlas da insubmissão
as cartas dos oceanos
os versos, a alegoria
Vou navegando à bolina
por entre ventos contrários
e ondas enraivecidas
com a bússola da transgressão
os astrolábios dos dias
e as palavras da poesia
Vou atando e desatando
o destino e a desdita
misturando os nós dos mares
com o anelo da paixão
o alvoroço da vida
as dúvidas da harmonia
e a minha melancolia
Maria Teresa Horta
Estranhezas
D. Quixote - 2018
sexta-feira, 30 de novembro de 2018
Teatro A Barraca
terça-feira, 30 de outubro de 2018
Livros (lidos ou em vias disso)
quarta-feira, 17 de outubro de 2018
Livros (lidos ou em vias disso)
(...) Vão me enterrar numa lixeira. Um presidente soterrado por lixo, deve ser uma metáfora que não entendo, com as faculdades já diminuídas.
Mas adivinho as piadas a surgir se me descobrirem o caixão aqui no meio da merda. O que pode acontecer por causa do desespero. Ninguém sabe quanto cava uma pessoa quase morta de fome e que espera encontrar qualquer coisa para comer, mesmo podre, ou para vender, mesmo estragada. Algum jornal satírico põe logo em título: <
quarta-feira, 10 de outubro de 2018
Peixeiro
terça-feira, 9 de outubro de 2018
Crónica de uma morte anunciada
sábado, 6 de outubro de 2018
Livros (lidos ou em vias disso)
Quotidiano
sexta-feira, 14 de setembro de 2018
Quotidiano
quinta-feira, 23 de agosto de 2018
Palavras bonitas
e essa coisa central, que é coisa nenhuma,
é-me agradável como o ar da noite,
fresco em contraste com o Verão quente do dia.
Não estou pensando em nada, e que bom!
Pensar em nada
é ter a alma própria e inteira.
Pensar em nada
é viver intimamente
o fluxo e o refluxo da vida ...
Não estou pensando em nada.
É como se me tivesse encostado mal.
Uma dor nas costas, ou num lado das costas.
Há um amargo de boca na minha alma:
É que, no fim de contas,
não estou pensando em nada.
Mas realmente em nada.
Em nada ...
Poesias de Álvaro de Campos
Edições Ática - 1980
(O meu pai partiu há três anos)
sábado, 28 de julho de 2018
Língua Portuguesa
quarta-feira, 11 de julho de 2018
Quotidiano
sábado, 26 de maio de 2018
Júlio Pomar
terça-feira, 8 de maio de 2018
Mãe
sexta-feira, 27 de abril de 2018
Livros (lidos ou em vias disso)
O meu amigo ADS emprestou-me, há meia dúzia de dias, dois livros que eu não conhecia.
Um deles, conta a história da recuperação dos tesouros roubados pelos nazis na II Grande Guerra (Os homens dos monumentos, de Robert M. Edsel), inspirou o filme Os caçadores de Tesouros e já está no saquinho para devolver ao dono; o outro, é uma reedição do nosso Raúl Brandão, onde ele conta uma viagem feita aos Açores em 1924.
- Pois faz o que quiseres.- Isso sei eu! Mas sempre quero saber a tua opinião.- Eu dessas coisas não percebo nada.- Mas responde ao que te pergunto: faço um barco ou uma canoa?- Pois já que teimas, acho que deves fazer uma canoa.- Fiz um barco - já sabe. Porque a gente deve consultar sempre as mulheres - para fazer o contrário do que elas dizem.
quarta-feira, 25 de abril de 2018
25 de Abril
terça-feira, 17 de abril de 2018
Aula
quarta-feira, 11 de abril de 2018
Livros (lidos ou em vias disso)
Tenho escritores de culto, dos quais procuro ler tudo o que escrevem.
São gostos, manias, vícios, curiosidades ou receio de este poder ser (ainda) melhor do que o anterior e eu o perder.
sexta-feira, 30 de março de 2018
Bur(r)ocracia
sábado, 24 de março de 2018
Quotidiano
quarta-feira, 21 de março de 2018
Dia Mundial da Poesia
"Nada a fazer, minha rica. O menino dorme.
Tudo o mais acabou."
Mário de Sá-Carneiro
arranja-me bilhetes para o cinema mãe
quero ver a greta garbo no écran
descansar na ilusão daquele rosto frio
adormecer abraçado àquela imagem
arrenda-me uma casa na consolação
para passar férias com o livro do cesário
a melancolia da água mesmo à mão
para passar férias com a dor no coração
leva-me pão à boca mãe molhado em leite
pendura-me no varal da roupa branca
e para longe sopra este coração depressa ardido
depressa mãe sopra a cinza do meu peito
urgentemente peço que me acabes
que repitas o parto no sentido inverso
urgentemente peço que abras uma cova no teu corpo
para mim
e desce por favor a persiana traz-me gin
José Ricardo Nunes
Na linha divisória
Campo das Letras (2000)
segunda-feira, 19 de março de 2018
Palavras bonitas
PERSEVERANÇA
Abro o leque da sorte, e mostro o jogo.
Outro lance perdido!
Obras do mundo que eu não tenha erguido
Sobre o suor do corpo e da vontade,
Morrem-me assim nas mãos, num dolorido
Gesto de orgulho e de incapacidade.
Mas o fruto humilhante da falência
Tem um azedo gosto que me excita.
Se o destino se engana, ou se dormita
Na hora crucial do desafio,
Então é o mar que há-de encontrar no rio
O sal da terra em que não acredita.
Cântico do Homem
Miguel Torga
Gráfica de Coimbra (1974)