terça-feira, 25 de setembro de 2007

Sem título

Não me apetece escrever sobre:

  • a extraordinária lição de convivência, diálogo, respeito e civismo que resulta da campanha eleitoral para as eleições directas no PSD;

  • a santa ignorância de quem vai dar espectáculo à TV e diz que o macho da perdiz é o perú;

  • as excelentes exibições do meu Benfica, relatadas por alguns dos jornais ditos especializados e que a minha televisão não transmite;

  • o amianto que, segundo a senhora Ministra da Educação, está a ser retirado de todas as Escolas ... com excepção daquelas em que isso não acontece.

Por tudo isto, fico-me por uma linda fotografia da Lagoa de Óbidos, à espera da despoluição completa para ficar ainda mais bonita.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Fim do dia

É tão bom ouvir o silêncio ...

(Estou constipado)
E pensar:

- cheguei mais cedo hoje?!

Não há torneiras nem gavetas a abrir, ainda é cedo para pôr a mesa ...

Começaram as aulas!
Li meia dúzia de páginas do Canário (último livro de Rodrigo Guedes de Carvalho), no sítio do costume ... vi o correio electrónico, os filhos não estão no MSN ...

Bolas ... já estou farto de ouvir o silêncio!
Que chegue o "barulho", que me faz falta!

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Cerveira


Tudo tinha sido pensado para um fim de semana tranquilo, sem pressas, usufruindo da beleza e da suavidade da terra, do remanso do Minho e das obras da Bienal.

A viagem começou bem cedo, ainda o Sol não acordara, e decorreu sem problemas, com a estreia de um pouco mais da A8, deixando Leiria a Nascente e ligando à A1, já bem perto de Pombal.

Duas paragens para desentorpecer as pernas e compor os estômagos, "Basófias" com a névoa matinal, e pouco trânsito. O Porto "sentido" e atravessado "junto à Serra do Pilar" com o "velho casario, que se estende até ao mar". Não foi "a primeira vez", mas a imponência do Dragão fez lembrar quem está por outras paragens ... mas adiante.
A voz, feminina, do GPS, fazia companhia e "obrigava" a silêncios, para escutar o melhor caminho.
Chegados ao destino, viatura estacionada junto ao pavilhão principal da Bienal e passeio pela Vila, com visita ao mercado semanal, cheio de compradores vindos do lado de lá do rio, que proporcionavam um ruído de vozes, tons e sotaques, ao mesmo tempo estranho e agradável para quem chega.
A Bienal começou a ser vista depois de umas boas costelinhas grelhadas, a fazerem jus à fama gastronómica da região, e que tiveram "molho" a contento.

Para a noite programou-se a ida ao Terreiro, para onde estava anunciada a recreação de uma desfolhada, integrada nas Festas de Nossa Senhora da Ajuda. Música tradicional, ranchos folclóricos que se faziam acompanhar de "merenda" para quem tivesse apetite e, anunciava o apresentador, os melhores tocadores de concertina da região, antes do fogo de artifício que seria "deitado" cerca da meia-noite.

Já não ouvimos as concertinas!

Alguém fez chegar um papel ao palco e segredou meia dúzia de palavras ao apresentador. Primeiro, a informação de que estava mal estacionado e, logo a seguir a correcção: tinha sido assaltado o carro XX-XX-XX.

Era o nosso!

Uma corrida de cerca de 300/400 metros e lá estava ele, "guardado" pelos familiares de quem tinha voltado atrás para dar o alerta. Vidro partido, gaveta do tabliê aberta, tudo remexido, faltava o suporte do GPS, o respectivo carregador, uma pequena bolsa com CD's copiados e um saco com algumas compras feitas pelos amigos que nos faziam companhia.
Passado o primeiro impacto, entre o "se não tivesse ficado o suporte colado ao vidro" e o "tivemos sorte, podia ser bem pior", decide-se fazer a participação às autoridades, pelo menos para influenciar as estatísticas.

Recebidos de forma simpática, com as desculpas pelo incómodo causado "a quem vem de tão longe", fomos respondendo às perguntas que faziam parte dos vários ecrãs que o agente se esforçava por preencher da forma mais rápida que conseguia. Após algumas dificuldades na impressão, meia dúzia de assinaturas.

No final da "confissão", que durou quase uma hora, a informação, com a simpatia habitual:
- Vai levar um exemplar da participação. Pode ser necessário para o seguro ... Devia ser uma Certidão, mas teria de pagar ... e talvez não seja preciso.
- Pagar?
- Sim, claro! A Certidão tem que ser paga!
- Mas eu sou o lesado. O Estado tem deveres para comigo e um deles é garantir a minha segurança e a dos meus haveres ...
- Tem razão, por isso leva a cópia ... Se fosse certidão, tinha de pagar!

A despedida, tal como a chegada e o atendimento, foi extremamente simpática.

- Deve ser tão aborrecido! Vir passear à nossa terra e acontecer isto. Há três sábados seguidos que isto sucede. O nosso Comandante até está a pensar pôr pessoal à civil por aí ...

Moral da história: Fui roubado, fiquei com o carro danificado, fui bem atendido e trouxe uma via da participação.

Faltou a Certidão para o processo ficar completo ... mas tinha de pagar !!!???