domingo, 31 de dezembro de 2006

Ano Novo

O ano está a acabar e, nesta altura, costumam fazer-se balanços sobre o passado e desejos, por vezes muito lamechas, para o futuro.
Pessoalmente e apesar de tudo, a contabilidade apresenta um saldo francamente favorável, com muitas coisas boas (entre as quais o meu neto) a compensarem algumas bem más.
Sobre os desejos para 2007 e por, como dizia um chefe que tive há muitos anos, me falecer competência na matéria, sugiro uma visita ao Expresso de ontem, para ler os 50 votos formulados por Miguel Sousa Tavares, que subscrevo na sua quase totalidade. Aproveitem e espreitem a habitual crónica semanal de MST, que se debruça sobre a crise do País, e passem os olhos pelo texto de Clara Ferreira Alves, também sobre os desejos para 2007.
Por mim, que não consegui descobrir a fórmula para passar o ano nos paraísos para onde se deslocou, a julgar pelas notícias, a maior parte da população portuguesa, vou tentar descobrir como hei-de facturar a publicidade que faço ao Expresso. Ainda que o não consiga, para o ano cá estarei!
Apesar das ruínas e da morte
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias.
Sophia de Mello Breyner Andresen
BOM ANO!

sábado, 30 de dezembro de 2006

Pena de morte

Saddam Hussein foi enforcado na madrugada do dia de hoje.
A corda, mesmo no pescoço de um tirano, causa arrepios.
Será um caminho para a paz?

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

O coração tem três portas



Uma pequena contribuição para divulgar o excelente trabalho recentemente editado por Dulce Pontes, que raramente se ouve nas rádios.

A culpa só pode ser da artista, que colocou três portas no seu trabalho e, com isso, baralhou de tal forma os homens das "play list" que eles não sabem como entrar ...

Caldas da Rainha

A Câmara Municipal das Caldas da Rainha e a EDP conseguiram, ao fim de muito tempo, chegar a acordo e celebraram entre si um contrato por 20 anos, idêntico ao que, na grande maioria dos concelhos do País, foi outorgado há tanto tempo que já pouca gente se lembra disso.
Segundo a comunicação social local, o acordo só abrange a freguesia de Nossa Senhora do Pópulo, talvez por ter começado a ser negociado quando ainda não existia a freguesia de Santo Onofre.
Que a luz ilumine a cidade e não a divida!

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

Natureza

O que me falta em vocábulos para descrever, sobra em beleza para apreciar!
É o fruto da Pata de Cavalo do meu jardim!
Maravilha da natureza ... para estimar.

domingo, 24 de dezembro de 2006

Expresso

Habituado que fui a considerar o Expresso como um jornal de referência, com Sol ou sem ele, faz-me comichão ver, no caderno de Economia desta semana, a apresentação da futura rede do Metro de Lisboa, que inclui a estação do Terreiro do Passo, mencionada duas vezes no mapa, para que não fiquem dúvidas sobre a nova ortografia.
Terá mudado por passar muita gente naquela zona ou por D. Duarte não ter possibilidades de lá instalar o Paço?

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Dúvida

Se o mar é Salgado, se alterna entre a baixa e alta, se até tem Costa, também terá perdido o Pinto?

domingo, 17 de dezembro de 2006

Feliz-Natal

Seja qual for o meio de transporte utilizado, que o Pai Natal chegue a todos !!!


sábado, 16 de dezembro de 2006

Palavras bonitas

DIA DE NATAL
Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.

É dia de pensar nos outros - coitadinhos - nos que
padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar
a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não
merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera
e tão séria
.

Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.

De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa Excelência verificou a hora exacta em que
o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio
de pulso antimagnético.)

Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos,
esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se
fossem suas
e fazem adeuses aos bons amigos que
passam mais distante.
Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro
e de cerâmica.

Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bençãos
e favores.
A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se
no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra - louvado seja o Senhor! - o que nunca tinha
pensado comprar.

Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.
Cada menino
abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha
salta da cama,
corre à cozinha
mesmo em pijama.

AH !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus
Jesus,
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho do Pedrinho
uma metralhadora.

Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estratégicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.
Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.

Dia de Confraternização Universal,
dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas.

  
Máquina de Fogo
António Gedeão
Poesias Completas
Portugália (1975)

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Nível


Correspondendo ao apelo do filho, fui hoje ajudar a colocar numa parede um conjunto de elementos decorativos, postos com rigor de distâncias entre si e na distribuição no espaço onde passaram a estar.
Para a tarefa, foi necessário recorrer a um nível, ferramenta imprescindível para que a horizontalidade e, fundamentalmente, a verticalidade das peças colocadas ficasse garantida.
De regresso a casa, com o frio a anquilosar os neurónios, veio-me à memória não uma frase batida, mas uma ideia "brilhante", daquelas que quer Einstein quer o Professor Pardal não desdenhariam, a saber: se existe legislação e normas de conduta que nos obrigam a cumprir uma infinidade de regras e nos penalizam se as infringimos, por que não aprovar uma Lei que nos compelisse a usar um nível, ainda que de tamanho reduzido, ao qual seria acoplado um apito, de cor à escolha de cada um, para garantir a democraticidade da medida.
Com as possibilidades que a informática hoje oferece e para que se tirasse o maior proveito da nova regra, o equipamento estaria dotado de um chip, que albergaria os elementos da nossa identidade, a carta de condução, o passaporte, os cartões de contribuinte, de saúde e do clube, o passe social, os documentos do carro e da casa. Poderia, numa pasta de acesso restrito, ter ainda as preferências de cada um, em matéria gastronómica, de lazer ou outras, rentabilizando de forma apreciável os meios e evitando os gastos que irão acontecer com o Cartão Único, que tanta polémica tem dado.
O funcionamento, simples, seria o seguinte: sempre que o cidadão baixasse a níveis da cave, da sarjeta ou do esgoto, perdesse a verticalidade ou desencadeasse processos tortuosos, o chip encarregar-se-ia de accionar o apito e este, qual trombeta anunciadora, apitaria sem fim.
Pergunta inocente: haveria poucas apitadelas ou o barulho tornar-se-ia ensurdecedor?

domingo, 10 de dezembro de 2006

Óbito

Morreu Augusto Pinochet.
Que a terra lhe seja leve. A consciência, essa, não há balança que lha pese!

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Livros (lidos ou em vias disso)

Do último romance de Urbano Tavares Rodrigues ...
  
"(...) É impressionante como numa cidade com uma oferta cultural tão rica como Lisboa (música da melhor, algum cinema bom e o ballet renovado, as grandes exposições) há tão pouca procura e se mantém no galarim esta gente bacoca, espertalhona e pobre de espírito que ostenta uns três automóveis de luxo e tem duas casas de veraneio e quantas vezes mistura negócios sujos com o seu peso político. (...)"

Ao contrário das ondas
Urbano Tavares Rodrigues
D. Quixote (2006)

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Hoje

Dia 5
Cinco meses
Cinco momentos
fixados para o futuro.
Cinco quilos
e mais quatro
quase, quase ...
Lá chegará
dentro em pouco!
Estou a vê-lo
a correr, a saltar
(primeiro irá gatinhar).
É a flor do meu jardim
A estrela do meu céu!
E ouço, num marulhar sussurrante,
a onda do mar que diz
Tão lindo ...
E como cresceu!!!

Efeméride

Passam hoje 215 anos sobre a morte, em Viena, de Wolfgang Amadeos Mozart. Ainda não completara 36 anos, mas já tinha composto muita e boa música, que chegou aos nossos dias e, pasme-se, a este blog. Se a morte o não tivesse levado tão cedo, até onde chegaria o seu génio?

sábado, 2 de dezembro de 2006

A águia





A águia voou ontem por sobre o trânsito da 2ª. Circular e aterrou ali entre o Campo Grande e o Lumiar, num relvado que soltava areia sempre que era pisado, por mais leve que fosse a pisadela.
Foi um voo esplendoroso!
A demonstração plena de que a garra, quando utilizada, supera sempre a unha, por mais real que esta seja.
O leão nem chegou a ser príncipe, quando mais rei!!!